A universalidade dos problemas particulares com que
todos nos deparamos, pode ser motivo para pensarmos nos lugares-comuns que nos
transformam numa massa coletiva que, apesar de informe e por vezes
desconsiderada, se constitui como a humanidade. Uma humanidade ordenada por sistemas
convencionados e normativos, mas sempre suscetíveis de outras adequações.
Assim, pensar no «Dinheiro» como um sistema é o
desafio assumido por doze artistas de várias áreas, entre elas desenho, design,
pintura, escultura e literatura, por conseguinte com diferentes processos artísticos,
todos integrados no ensino universitário, o qual há muito deixou de oferecer apenas
cânones para, acima de tudo, formular interrogações e procurar respostas
sabendo de antemão que estas se obtêm muito esporadicamente.
Este projeto, iniciado em julho de 2015, irá adquirir
progressivamente um corpo formal que será exposto em maio de 2016 no Instituto
Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa.
O confronto visual que for estabelecido entre as
diversas formas ou soluções criadas e expostas por cada um, certamente dará
lugar a muitas interpretações conclusivas e enriquecedoras, passíveis de proporcionarem
muitas e diferentes sinergias.
Este projeto, onde o «Dinheiro» é visto como um
lugar-comum e como um conceito estruturante, enraíza-se no princípio de que a
arte, como os demais ramos do conhecimento, não se estrutura em função do
pensamento sobre si própria, mas em função das encruzilhadas de incógnitas, quer
materiais quer espirituais, que atravessam a sociedade sem que demos conta
disso.
O dinheiro tem sido a justificação para todos os
conflitos e para todas as alegrias. Corresponde a uma idade do Homem cuja
origem reside nas trocas, no valor e no poder de uns sobre os outros. O
dinheiro é líquido, sólido e simbólico. O dinheiro é matéria, forma e conceito.
O dinheiro dá forma a uma estrutura social que tem como princípio ser mais
fácil pagar do que obrigar. Mas se não existisse esta estrutura social, como
seríamos geridos? Haverá outro sistema para além do dinheiro? Ou o dinheiro
é intrínseco ao Homem?
Objetivos:
Compreender que o processo artístico e as «coisas» que
dele resultam podem constituir-se em contribuições relevantes e não acessórias.
Confrontar o lugar onde se expõe com pontos de vista
de outras latitudes, promovendo debates ou motivando discussões.
Cruzar conhecimentos e experiências que possibilitem
enriquecimentos mútuos.
Local da exposição: ISEG, Instituto Superior de Economia e Gestão, rua do Quelhas, nº 6, Lisboa
Participantes: Antonio Lopez Garcia, Cristóvão Pereira, Ilídio
Salteiro, João Jacinto, João Paulo Queiroz, João Castro Silva, Jorge dos Reis,
José Viana, Manuel Gantes, Omar Khouri, Rodrigo Baeta, Sofia Leal Rodrigues.
Apoios institucionais: ISEG, FBAUL, CIEBA, GAB-A.
Curadoria: Amélia Branco, Ilídio Salteiro.